2 de maio de 2010

1ª CONFERÊNCIA DE SAÚDE MENTAL DE SEROPÉDICA -NOSSO PENSAMENTO SOBRE SAÚDE MENTAL E O PORQUE DA CONFERÊNCIA


O transtorno mental é uma das formas de sofrimento humano que mais tem deixado pessoas à margem do processo produtivo e do convívio social além de os submeterem à miséria,aoabandono e ao desamparo.
"A ciência busca construir certezas e, no caso da loucura, as pazes com a normalidade e a ordem são feitas pelo afastamento e isolamento do anormal, o “louco”. É como se o mal-estar gerado pela imperfeição deste estado de “sermos humanos” pudesse ser aliviado e resolvido com a exclusão e abandono dos desviantes.
Tal mecanismo de defesa vem sendo usado há muitos séculos. Os homens inventaram e
perpetuam os grandes manicômios, sanatórios e asilos, todos depósitos cujo sutil objetivo foi, e ainda é, a reclusão até a morte.
Contudo, a exposição das condições de vida destes marginalizados trouxe à sociedade a
premência de se defender o direito à vida, à convivência, à liberdade. E isso só é possível, hoje, em função do consenso quanto à democracia como regime de governo capaz de oferecer justiça social e bem-estar para a população.Ainda hoje encontramos muita rejeição e verificamos que foi criada uma cultura de descaso e reprovação para com os portadores de transtorno mental. De tal sorte que há uma crença,ainda muito forte, de que tais pessoas devam permanecer a maior parte de suas vidas em hospitais especializados, assim como persiste intolerância e resistência à sua presença nos lares, nos bairros e na sociedade."

"Com a Reforma Psiquiátrica ocorre a superação do modelo hospitalocêntrico em usado em Saúde Mental e a introdução de novas formas de tratamento com a criação de uma outra lógica de atenção, psicossocial, comunitária,territorializada, a partir da construção de uma rede de serviços de saúde mental, tendo como pressupostos básicos: os direitos de cidadania, a desinstitucionalização e a promoção da saúde mental.
No modelo de atenção psicossocial, toma-se o sujeito para tratamento e não mais a doença. O usuário participa de seu projeto terapêutico e os novos serviços desenvolvem ações para atender as necessidades de forma singularizada, transformando o doente em sujeito de direitos e compreendendo o projeto de tratamento como projeto de vida. A instituição tende a funcionar horizontalmente e a equipe de profissionais, sem hierarquia de papéis. Este modelo pressupõe ainda, a participação da família e da comunidade, já que a doença não é vista como algo individual." É importante que através de explanações sobre qual deve ser modelo de atenção psicossocial que devemos seguir, se tenha as necessárias definições de usuários, profissionais de saúde e gestores de cada município, de cada região, votadas de forma democrática, em um fórum de discussões que geram propostas para cada eixo temático.Para isso e por isso realizamos a Conferência de Saúde Mental de Seropédica.